Comemorado no dia 19 de novembro, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino tem como objetivo evidenciar e valorizar as mulheres que são donas do próprio negócio. De acordo com o último levantamento feito pelo Sebrae Minas, atualmente o Brasil tem 9,3 milhões de microempreendedoras individuais, o que corresponde a apenas 34% do total de pessoas que estão à frente ou em processo de começar uma empresa. Em Minas Gerais, 46% dos microempreendedores individuais são mulheres.

Com o objetivo de apoiar e estimular o protagonismo feminino, em 2019 o Sebrae Minas criou o programa Sebrae Delas, iniciativa que promove ações como capacitações, oficinas, palestras e consultorias, com o objetivo de fortalecer e aumentar a probabilidade de sucesso dos negócios liderados por mulheres.

Além de estimular o desenvolvimento de habilidades e competências, o programa também proporciona a troca de conhecimento e conexões. Em quatro anos, o Sebrae Delas já atendeu mais de 14 mil mulheres no estado, trazendo diversas soluções, sendo muitas delas gratuitas.

Boom da pandemia

O último levantamento realizado pela Unidade de Inteligência Estratégica (Uine) do Sebrae Minas aponta um aumento do número de mulheres empreendedoras em 2020, quando a pandemia de COVID-19 chegou ao Brasil. Nos anos seguintes, os dados se mantiveram estáveis, mas no início de 2023 foi registrada uma ligeira queda.

“O isolamento social causado pela pandemia levou muitas mulheres a empreenderem por necessidade, seja para complementar a renda da família ou alcançar a independência financeira. Já a queda no índice de negócios abertos por mulheres observada no começo deste ano pode ser atribuída à dupla jornada vivida por grande parte delas. O trabalho fora, somado às responsabilidades com a casa e os cuidados com filhos e pessoas idosas, impede que essas empreendedoras se consolidem e permaneçam no mercado”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

Já a pesquisa Mulheres Empreendedoras, realizada em dezembro de 2022 pelo Sebrae Minas, também levantou as motivações que levam uma pessoa a abrir um negócio no estado. Entre as mulheres, as principais razões apontadas foram: “ser dona do próprio negócio e ter autonomia e flexibilidade” (63%), “necessidade financeira” (45%) e “vocação e desejo de empreender” (42%). Já entre os homens, as razões mais citadas foram “ser dono do próprio negócio para obter autonomia e flexibilidade” (52%), “vocação e desejo de empreender” (49%) e “experiência na área em que abriu a empresa” (39%). Ainda segundo a pesquisa, 28% das empreendedoras têm outra ocupação como principal fonte de renda, enquanto entre os homens o percentual foi de 18%.

Em Minas Gerais, os setores com maior protagonismo feminino são Indústria (56%) e Serviços (51%). Em contrapartida, a Agropecuária (19%) e a Construção Civil (5%) são os setores que registraram a menor participação de mulheres.

Desafios

Ainda segundo a pesquisa Mulheres Empreendedoras, além da sobrecarga causada pela dupla jornada, outro fator que dificulta o sucesso dos negócios geridos por mulheres é a falta de planejamento por parte delas: 6 em cada 10 não realizaram algum estudo ou plano antes da abertura da empresa. Além disso, 57% das novas empreendedoras afirmam que têm baixo ou nenhum conhecimento sobre gestão de empresas, 35% alegam ter dificuldade de conciliar a vida empreendedora com a vida pessoal, enquanto 28% não conseguem ter acesso a empréstimos bancários.